De 2022 para 2023, a Secretaria Municipal de Saúde aumentou a oferta de vagas para consultas, exames e procedimentos de 1.595.904 para 2.519.342. Esse crescimento foi possível em grande parte com a produção de duas unidades que nesta terça-feira, 6 de fevereiro, completam um ano de funcionamento. O Centro Carioca do Olho (CCO) e o Centro Carioca de Diagnóstico e Tratamento por Imagem (CCDTI) fazem parte do complexo do Super Centro Carioca de Saúde (SCCS), em Benfica, e, juntos, já realizaram mais de 120 mil atendimentos e quase meio milhão de exames.
Considerando o aumento de produção desde 2020, o crescimento da oferta de vagas na rede municipal de saúde foi de 215%. Naquele ano, foram ofertadas apenas 799.591 vagas para consultas, exames e procedimentos. Com o aumento da oferta na Capital via SISREG, o tempo médio de espera por agendamentos reduziu de 160 dias em 2020 para 75 dias em 2024. Hoje, 55% das pessoas que aguardam uma vaga estão no SISREG há menos de 60 dias; outros 24%, entre 60 e 120 dias; e 12% entre 120 e 180 dias. Somente 8% aguardam há mais de 180 dias.
O Centro Carioca do Olho auxiliou, por exemplo, na redução do tempo de espera por cirurgia de catarata, que em 2020 era de 299 dias e, no ano passado, fechou em 68 dias. Já o Centro Carioca de Diagnóstico e Tratamento por Imagens ajudou a diminuir a espera de exames como raio-x panorâmico de 102 para seis dias entre 2020 e 2023; e densitometria óssea de 204 para 28 dias. Hoje, é mais rápido marcar atendimento no município do Rio de Janeiro do que no serviço público de saúde de países como Portugal, Chile, Nova Zelândia e Irlanda.
Super Centro Carioca de Saúde
O Super Centro Carioca de Saúde é um complexo formado por três unidades. O Centro Carioca de Especialidades (CCE) foi a primeira a ser inaugurada, em outubro de 2022, e até janeiro deste ano já fez 179.058 atendimentos, 23.150 exames e 18.874 procedimentos cirúrgicos. Já o Centro Carioca do Olho, em um ano desde sua inauguração, em 6 de fevereiro de 2023, realizou 113.277 atendimentos, 252.476 exames e 7.290 cirurgias. Iniciando seu funcionamento no mesmo dia, CCDTI realizou até aqui 10.374 atendimentos e 202.051 exames.
“O Super Centro Carioca de Saúde oferece serviços especializados e com equipamentos de última geração para dar ao carioca um atendimento de saúde de qualidade, como a população merece. A abertura das três unidades do complexo aumentou em muito a capacidade de produção da rede municipal, impactando diretamente para a redução do tempo de espera para consultas, exames e procedimentos. Hoje, mais da metade das pessoas que procuram a rede para um atendimento especializado conseguem ser atendidas em dois meses, e os que esperam maior tempo normalmente é porque dependem de um serviço que não é competência do município, mas dos outros entes que compõem o SUS”, diz o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
Serviço e atendimento de ponta
A vida de Laura Miranda Costa, de 70 anos, mudou graças ao Centro Carioca do Olho. Ela foi uma das primeiras pacientes a fazer cirurgia de catarata na unidade. Há anos, a idosa tinha uma pintinha no olho que, segundo exames feitos na ocasião, não apresentava problema. Mas a pintinha foi aumentando com o tempo e dificultou a sua visão. Laura procurou sua unidade de Atenção Primária de referência, o Centro Municipal de Saúde Maria Augusta Estrella, em Vila Isabel, e logo foi encaminhada via SISREG para o CCO.
“Desde a minha primeira consulta aqui foi tudo ótimo. Eu já tinha os exames solicitados através do centro municipal de saúde, então, quando cheguei ao CCO, o médico avaliou e constatou que precisava de cirurgia. A pintinha tinha evoluído para uma catarata. Foram duas cirurgias e, logo na primeira, o médico me disse que eu estava inaugurando o centro de cirurgia. Depois também fiz o óculos na ótica de dentro da unidade. Foi tudo maravilhoso”, conta dona Laura.
Para a Anna Silva, de 72 anos, o Centro Carioca de Diagnóstico e Tratamento por Imagem trouxe a possibilidade de realizar um exame de ponta e essencial para seu diagnóstico, mas que o plano de saúde que ela paga há anos não cobre. Em março do ano passado, dona Ana começou a investigar um nódulo no pulmão direito. Em dezembro, após uma série de exames feitos pelo plano, o médico pediu um PET Scan. Mas este exame, fundamental para investigar se o nódulo era cancerígeno, não era coberto. A primeira reação da idosa foi pesquisar os preços, que eram bem altos, o que a deixou desanimada. Foi então que ela procurou o SUS.
“Busquei informações no CMS Garfield de Almeida, perto da minha casa, sobre como poderia fazer o PET Scan pelo SUS. Fui atendida e avaliada pelo médico da unidade, que pegou a solicitação do profissional do plano e colocou no SISREG. Tive muito medo de que fosse demorar para agendar, mas foi tão rápido que nem acreditei. Quando cheguei no CCDTI, fiquei encantada com o tamanho do lugar e também porque era tudo de primeira linha. Só tenho a agradecer pelo serviço e acolhimento que recebi”, conta Ana, que já levou o laudo para o seu médico, para dar sequência ao cuidado indicado.